Equipamentos fortalecerão vigilância comunitária na TI Itixi Mitari, no Amazonas
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Entre os dias 17 e 20 de dezembro de 2024, a Terra Indígena (TI) Itixi Mitari, localizada no município de Beruri, Amazonas, recebeu uma série de atividades focadas no fortalecimento das aldeias da TI. As ações realizadas foram voltadas ao associativismo, cooperativismo, vigilância ambiental e planejamento de projetos sustentáveis, em parceria com organizações como a Apiati e a AMITTG.
A primeira atividade destacada foi a Oficina de Associativismo e Cooperativismo, conduzida pela equipe da Sapopema. De acordo com Wandicleia Lopes, coordenadora da organização, o objetivo foi capacitar os indígenas da região nos conceitos básicos e práticos dessas formas de organização. "Durante a oficina, os participantes aprenderam sobre a diferenciação entre associativismo e cooperativismo, e receberam orientações sobre a elaboração de documentos essenciais, como ata, estatuto e livro-caixa. Além disso, foram introduzidos aos primeiros passos na elaboração de projetos, com foco no fortalecimento da comunidade", explicou Lopes.
A oficina incluiu ainda um exercício prático com a criação de uma associação fictícia, a Associação das Mulheres Coletoras de Murumuru, na qual as participantes puderam aplicar os conhecimentos adquiridos. "Elas estão aprendendo a gerir uma associação, com a elaboração de documentos como ata e estatuto, e estão criando um projeto para melhorar a coleta e o processamento do Murumuru, uma atividade que apresenta desafios devido ao risco de espinhos e à necessidade de um local adequado para a secagem do fruto", afirmou Neriane Nascimento, pesquisadora da Sapopema e técnica responsável pela implementação do projeto.
No mesmo período, foram entregues equipamentos essenciais para fortalecer a vigilância nas bases comunitárias da TI Itixi Mitari. Entre os itens distribuídos estavam 04 motores de popa de 15HP, 06 fogões, 06 botijas de gás cheias, 04 canoas de alumínio e 05 kits de ferramentas para mecânica básica. Esses recursos visam garantir uma maior autonomia e eficiência na gestão e preservação do território. Além disso, materiais para pintura das quatro bases reformadas também foram entregues.
O apoio à vigilância comunitária é um aspecto fundamental do projeto de manejo sustentável do pirarucu na região, que alcançou a marca de 48 toneladas comercializadas em 2024. O fortalecimento da infraestrutura das bases de vigilância, assim como a capacitação da população local, visa garantir a continuidade e o aprimoramento dessa prática, essencial para a conservação dos recursos naturais.
O encontro também foi marcado pela discussão e planejamento das ações futuras do projeto. Entre os tópicos abordados estavam a finalização das reformas e ampliação das bases de vigilância, a evisceração da TI Itixi Mitari e a construção do plano de trabalho do PGTA (Plano de Gestão Territorial e Ambiental).
A reunião contou com a presença de diversas lideranças indígenas, incluindo o Cacique Geral da TI Itixi Mitari, Severiano Silva, e os presidentes da Apiati e da AMITTG, Mateus Jacinto e Rosa Caldas. Também estiveram presentes os caciques das aldeias São Sebastião, Nossa Senhora de Guadalupe, Terra Nova e Fortaleza, além de representantes da Sapopema.
A troca de experiências e o fortalecimento das capacidades locais foram destacados pelas lideranças indígenas como essenciais para o desenvolvimento das comunidades. “Estamos aqui para elaborar o nosso projeto de fortalecimento das mulheres da aldeia Macauã. O apoio a essas iniciativas é fundamental para a melhoria das condições de trabalho das mulheres coletoras de Murumuru e para o fortalecimento da nossa associação", afirmou uma das lideranças indígenas envolvidas no processo.
A capacitação em associativismo e cooperativismo, somada à entrega de equipamentos e ao planejamento de novas ações, visa promover um futuro mais seguro e autossustentável para os povos indígenas da região. A atividade é desenvolvida com apoio do Projeto Floresta Mais Amazônia/PNUD.
O Projeto Floresta+ Amazônia é uma iniciativa de cooperação internacional do Governo brasileiro, por meio do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com o apoio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e financiado pelo Fundo Verde para o Clima (GCF).
Fotos e vídeo: Vanderson Apurinan.
