Comunitários se preparam para soltura de quelônios sobreviventes em Correio do Tapará

Aproximadamente 600 filhotes deverão ser devolvidos a natureza em cerimônia especial na comunidade na próxima sexta (04). Iniciativa comunitária de preservação ocorre desde a desova à soltura.

correiodotapará.jpg

Mais de mil e quinhentos quelônios deveriam ser soltos no mês de maio na região do tapará – Rio Amazonas. Entretanto, o surgimento de insetos (brocas e formigas) nos ninhos comprometeu a reprodução das tartarugas e tracajás.

“A gente conseguiu mais ninhos do que todos os anos. Mas devido a um grande mal que afetou o nascimento nós conseguimos menos que o esperado. Algo em torno de 600 filhotes”, explicou o presidente da Associação de Moradores do Correio do Tapará João Mário dos Santos.

Os ninhos são retirados da praia natural e levados à artificial criada pelos comunitários para evitar a pesca predatória. A reprodução da espécie é delicada e por este motivo, o trabalho demanda tempo e atenção.  “Esse ano a gente foi surpreendido pelas pragas que afetaram e mataram os primeiros quelônios que estavam por baixo da terra. Como é muito fino no nascimento, a gente não pode ta mexendo toda hora” - lamenta.

Apesar da fatalidade, quando detectadas todas as 52 covas foram mexidas e transferidas para o ‘berço artificial’. As sobreviventes foram cuidadas, alimentadas e agora serão devolvidas a natureza.

O projeto ‘Quelônio das Águas’ é desenvolvido há quatro anos na região. Sem apoio governamental, de forma voluntária eles atuam como fiscais da natureza protegendo os ovos e filhotes do predador humano.

A cerimônia realizada na Sexta (04/05) na comunidade marca o fim de um ciclo que reúne esforços de muitas pessoas. Participarão da soltura adultos, jovens e crianças engajados com a conservação dos recursos naturais da região, representantes de entidades ligadas ao Meio Ambiente e convidados.

correiodotapará3.jpg