5ª Feira do Pirarucu de Manejo comercializa 1,5t em tempo recorde e celebra valorização da experiência
/Participação de consumidores evidencia importância da conservação e do manejo sustentável do pirarucu
A Feira do Pirarucu de Manejo, que acontece anualmente em Santarém, no estado do Pará, completou sua 5ª edição com êxito. Em pouco mais de duas horas, todo estoque foi comercializado para consumidores que atenderam ao chamado da conservação. “A feira não só promoveu o manejo do pirarucu, mas também gerou renda para as comunidades envolvidas, aproximando consumidores urbanos de quem vive nas comunidades, conservando e manejando o peixe” - destacou Antônio José Bentes, da coordenação da Sapopema.
A feira foi uma oportunidade importante para visibilizar a atividade de manejo realizada há mais de duas décadas por pescadores e pescadoras da região do PAE Tapará. Poliane Batista, bióloga da Sapopema, destacou a venda direta ao consumidor final como uma importante estratégia da iniciativa: "Isso proporciona um retorno financeiro melhor para os pescadores”.
Rionaldo Pereira, presidente do Conselho Regional de Pesca do PAE Tapará, comemorou a venda rápida do estoque, que somou uma tonelada e meia de peixe. "Apesar de não termos atendido toda a população de Santarém, foi uma edição positiva para nossa região e nossos pescadores. Isso prova que nosso produto é de qualidade, peixe fresco que a população abraçou."
Para os pescadores, o manejo do pirarucu representa princípio de vida, aliando conservação e geração de renda sustentável. Raimundo de Jesus, pescador de Santa Maria do Tapará, ressaltou a importância do manejo para alimentar suas famílias e trazer renda para a comunidade. "Nós construímos barracões, sedes e outras estruturas que beneficiam a comunidade”. Gerinaldo Ferreira, pescador da Costa do Tapará reforçou: "Aqui, a preservação dos peixes é fundamental. Trabalhamos juntos com as comunidades para garantir a qualidade do nosso produto."
Este ano, devido à estiagem severa, as etapas do manejo foram desafiadoras. Junior Tapará, relatou que a seca dificultou a captura do peixe. "A água está escassa nos rios e lagos, mas continuamos na batalha em benefício das comunidades da Costa do Tapará e Santa Maria”.
Conceição Miranda, pescadora de Santa Maria, emocionada, descreveu a feira deste ano como "maravilhosa", destacando a rápida venda do peixe. "Foi muito bom para nós, muitas pessoas participaram. Só tenho a agradecer."
A The Nature Conservancy, parceira da Sapopema no projeto Águas Tapajós, avalia o manejo do pirarucu como essencial tanto para as comunidades quanto para a conservação ambiental. Rodrigo Spuri, da TNC, destaca o papel do manejo na conservação dos recursos naturais e na qualidade de vida das comunidades.
Manejo comunitário
O manejo comunitário do pirarucu é uma prática que envolve a participação direta das comunidades na conservação e gestão dos recursos naturais. Essa abordagem é fundamental para a sustentabilidade, pois permite que os próprios moradores, que dependem desses recursos, sejam os guardiões e gestores do meio ambiente.
No PAE Tapará, essa prática tem sido fortalecida pela parceria com a Sapopema. As comunidades trabalham para garantir que o manejo do pirarucu seja realizado de forma sustentável, gerando renda e preservando os recursos naturais.